quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Livro de escola

Uma amiga minha, comentou comigo o fato de eu ter uma linha só de escrita. Que escrevo sempre pequenos contos que falam a respeito de experiências minhas e de pessoas próximas a mim. [Eu sei que não foi uma crítica, Beiber. Mas mesmo assim faço uma nota a respeito, já que tu, como leitora assídua do meu blog, logo, logo soltarias uma exclamação: “Mas foi só um comentário! ¬¬”].

O fato é que eu realmente pensei sobre o porquê de eu escrever sempre coisas mais existencialistas-sentimentais-individualistas. Pensei, repensei e cheguei à conclusão de que sou uma [guei] sentimental. Além, claro, do fato de eu simplesmente gostar de escrever coisas assim e de um dia querer publicar um livro de contos [Tááá, Caia Fernanda Abreu], o que nada tem a ver com o possível e equivocado fato de eu não me interessar pelos contextos sociais [por que se não me interessasse, nem estaria no curso de pedagogia].

Portanto, resolvi agora [mas não somente] usar esse espaço meu, mas que não só eu leio, pra adentrar em um assunto que desde que comecei a estagiar vem me deixando muito encucada. Muito é pouco: MUUUITO!

Cara, talvez não seja a única a pensar sobre isso. Mas, quem já teve a oportunidade de folhear um livro didático do ensino infantil ou fundamental, além de professor, pai, mãe, tia, ou seja lá quem for o adulto que lide com isso cotidianamente? Quem que por curiosidade [e não por obrigação] já o fez?

Dando ênfase, agora, aos livros de ensino infantil [jardim I, jardim II], tu que já leste, não achas o quanto é tosco a maioria desses livros? O que será que pensam, essas editoras que publicam tais coisas, a respeito da mente cognitiva dos donos do livro? Pior: o que passa pela cabeça de quem escreve? Não. Pior: o que passa pela cabeça do diretor do colégio que compra esses livros?

Não, não estou sendo extremista. É só prestar atenção nos textos e questões. Uma criança que está no jardim II, tem em média cinco ou seis anos e muito malmente conhece o alfabeto completo e os números. Então por que diacho ensinar no jardim dois os algarismos romanos pra uma criança que não sabe nem que o dez é o zero do lado do um?

NÃO. Não estou dizendo que elas não têm capacidade pra isso. Mas cada passo de uma vez. Vamo ler Piaget, galera que escreve o livro, e analisar o nível de desenvolvimento nos quais elas estão.

Aí, contraditoriamente, em um livro de TERCEIRA SÉRIE, onde as crianças já sabem ler bem e corrido [tá oquei, algumas têm dificuldades, mas aí já é a questão da falta do hábito da leitura. Outra discussão], o cara me vem com uma questão dessas:
“1ª) Escreva o diminutivo de cada palavra:
a)      Sapo – sapinho
b)      Luva – luvinha
c)      Bebê – bebezinho”

Melldells, por um acaso, essa criança, por mais que tenha um desenvolvimento lento, não sabe que uma roupa pequena é roupinha? Que o filho do sapo, além de girino, é um sapinho? Já que é pra dar diminutivo como conteúdo de currículo escolar, por que esses livros não dão ênfase aos diminutivos irregulares [aldeia – aldeola; casa – casebre; rapaz – rapazote, rapazola...]?

E os textos de história e geografia? Puts, textos secos, questões secas pra respostas secas: “quem descobriu o Brasil?”. Gente, isso ainda existe. Uma criança de terceira série, com cerca de oito a dez anos, já tem condições suficientes de entender e analisar o contexto, como um todo, de determinada época. Eles já têm plenas condições, por exemplo, de entender sem traumas que os verdadeiros donos do Brasil, na época, eram os índios e que estes foram desprendidos de sua cultura de forma agressiva e blá blá blá.

, galeraescritoradelivrodidático, vamo colocar as questões certas na época certa.

3 comentários:

  1. AEE texto em primeira pessoa! hehe Mas tu sabes que eu ia ler isso né. Então, como bem sabe não foi uma critica a tua escrita, aliás adoro a maneira que tu escreves. E acho super engraçado também.. adoro essas palavras juntas tipo: "Pô, galeraescritoradelivrodidático"... haha

    Falando nisso, já parei pra analisar esses livros, são ridiculos, por isso, que a crianças crescem com uma visão totalmente errada do mundo, os de biologia são os mais toscos, tipo aparece uma criança com esquistossomose com cara de feliz, e perto de um laguinho todo bonito, que merdes! A maioria dessas doenças são causadas por falta de saneamento básico, e as pessoas mais pobres que sofrem, enfim. Tem toda razão! aíbilltextomólegal ;p

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  2. E doido, a parte de geografia é toda ridícula também. Não lembro direito como foi o papo, nem quero dar informação errada, portanto vou abreviar:

    Em um desses livros toscos, escrito por alguém cabeça-oca do sul/sudeste, o pará tava localizado na região nordeste do brasil¬¬. Isso foi anos] passado, parece..

    Putsquelospare, hein?!

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  3. Concordo com teu texto.
    Bem que, quando não vem tosco (como diz vc) vem muito difícil.
    Falo assim, pois Dani é meu maior e próximo exemplo, ela está na 3ª série e meeeu paaii é cada trabalho que nem é ela que faz, sou eu ou é a mãe. E, é um trabalho descabelador, daqueles que te dá dor de cabeça, que te deixa maluca e algumas vezes sem resposta.
    Porém, alguns assuntos são os meios de transporte, vê se pode isso. É uma contradição só.
    E, ainda se fala que as crianças de hoje, será o futuro do Brasil. Como será esse futuro, hein ?!
    Agora, imagina, estamos falando de escolas particulares e, as públicas ... puutz ¬¬ ' Nas escolas públicas, falta o hábito de ler e saber tabuada. Uma criança de 11 anos que estuda em escola pública não tem noção de quanto é 2 x 2, porém mesmo assim, estas serão o futuro do nosso Brasil. É de dá medo !!!
    Enfim, é preciso mudar inúmeras coisas. Talvez, mudando a didática na educação poderemos ter um FUTURO no país.
    Encerro aqui meu pequeno comentário :) Flw Bioonda, abçs.

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